sexta-feira, 9 de março de 2012

Possível Utopia - CAP.II


CAPÍTULO II



   Átila cumpria uma série de apresentações num teatro do centro, onde executava suas composições musicais ou tocava seu trompete acompanhando sua banda de jazz.  Suas músicas versavam sempre sobre as imperfeições das estruturas sociais vigentes num contexto de elevado protesto que agradava principalmente aos jovens universitários.  Ao fim de cada apresentação havia sempre um debate de opiniões entre ele e o público, onde as idéias humanitárias e filosóficas imperavam de tal sorte que a maioria dos presentes preferia mais o debate que o show musical. Não era raro sair do teatro detido pela polícia, ocasião em que o público motorizado acompanhava a viatura policial até a delegacia. Lá permaneciam, juntando cada vez mais gente, até que as autoridades resolvessem liberá-lo.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Possível Utopia - CAP.I




CAPÍTULO I


    Ele vivia se metendo em complicações com a lei sempre que realizava seus shows artísticos com implicações políticas, mostrando visões ideais de uma sociedade futura. Suas intenções de solucionar os problemas sociais mudando as estruturas arcaicas, como afirmava, incomodavam sempre os poderes estabelecidos, já que alguns movimentos jovens o seguiam e se mostravam parceiros combativos através das mídias vigentes. Como conseqüência imediata desses eventos, os líderes políticos locais o perseguiam de todas as maneiras possíveis, influenciando em jornais, revistas, televisão e até acionavam a polícia sob o dever de manutenção da ordem, quando seus seguidores marcavam encontros sociais em locais públicos para suas manifestações contra o sistema.  Sua influência e liderança sobre as massas fundamentavam-se principalmente na imagem de uma sociedade mais igualitária, onde não vingavam a exploração econômica, a discriminação, o preconceito, o consumismo e a competição desenfreada.